Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

21 de novembro de 2013

Artista Britânico Eddie Peake expõe em São Paulo


Eddie Peake e seu ateliê

Britânico da vez, Eddie Peake faz a sua 1ª exposição em São Paulo

Na última quinta, uma pequena multidão esperava apertada no saguão do Instituto Suíço, no Soho, em Nova York, pelo início da performance "Endymion", do artista britânico Eddie Peake.

Com pouco mais de 30 anos, Peake foi uma das principais atrações da Performa, prestigiosa bienal dedicada ao gênero, criada por RoseLee Goldberg em 2004.

O público rapidamente ocupou as margens da sala de dois níveis onde sete bailarinos, quatro pintados de ouro e três de negro, encenaram uma coreografia na qual distanciamento e contato, frieza e erotismo se alternavam ao som eletrônico.



Peake é o mais jovem a ser representado pela White Cube, galeria de arte do Reino Unido.
 
Ele inaugurou este mês a filial paulista, com sua primeira mostra na América do Sul. A exposição, com 19 obras inéditas, "Caustic Community (Masks and Mirrors)" apresenta um diálogo entre duas séries de pinturas: a "de máscara" e a "de espelho".
Peake não é --como ele mesmo diz-- "um expert em cultura brasileira". 

"Mas incidentalmente", conta,
"usei um sample de Sarah Vaughan (1924-1990) cantando 'Dindi', de Tom Jobim (1927-1994), na performance de Nova York". 
 


Obra em acrílico e óleo sobre tela de Peake, que estará exposta até fevereiro de 2014

Inglês, ele também gosta de futebol --e logo que chegou a São Paulo foi assistir a um decepcionante 0 x 0 entre Corinthians e Vasco.

"Quando era estudante escrevi um ensaio sobre conexões entre futebol e arte que, honestamente, não deveria ser muito bom, mas lembro de ter lido um monte de coisas sobre futebol brasileiro". 

Uma das razões do sucesso midiático de Peake deve-se a uma combinação de futebol, sexo e voyeurismo. 
 


O artista inglês Eddie Peake em retrato tirado no Royal Academy of Arts, em Londres

Em 2012, encenou a performance "Touch", que consistia numa verdadeira "pelada": cinco jogadores de cada lado disputavam a pelota com uniformes que se resumiam a meias e chuteiras.

"Há alguns anos eu trabalho com imagens sexuais e temas correlatos. Em parte, isso se deve ao fato de que esse imaginário ressoa em mim de um modo que transcende a linguagem verbal", explica.

Artista emergente da vez, Peake evita o assunto. Questionado sobre um hype em torno dele, respondeu: "No comments".

Serviço:

EDDIE PEAKE - CAUSTIC COMMUNITY (MASKS AND MIRRORS)

QUANDO: de ter. a sáb., das 11h às 19h; até 08/02

ONDE: White Cube - R. Agostinho Rodrigues Filho, 550, tel. (11) 4329 4474)
 
Entrada gratuita

Classificação livre
 
 
 
 
 

 

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