Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

26 de agosto de 2013

Maior exposição do mundo no Reino Unido.


"Ophelia", de John Everett Millais (1851-52)

'Maior exposição do mundo' reproduz obras de arte em 22 mil painéis no Reino Unido
 
Duas áreas nas quais a Inglaterra se destacou muito nas últimas décadas foram a publicidade e as artes plásticas. Não seria demais acrescentar uma terceira: publicidade das artes plásticas.
 
Durante duas semanas, todos estes universos se combinaram à perfeição. Todo o Reino Unido, mostrou "Art Everywhere", mostra que pode gabar-se, sem riscos de ter sido "a maior exposição do mundo".
 
A exposição "Art Everywhere" (Arte em Todos os Lugares) esteve em cartaz simultaneamente em mais de 22 mil lugares. Apenas 57 obras de arte foram expostas: de Falmouth, no sul da Inglaterra, a Thurso, no norte da Escócia.
 
O milagre da multiplicação das obras foi simples: foram apenas reproduções, exibidas em espaços como outdoors, pontos de ônibus, displays eletrônicos e cartazes de todos os tipos e tamanhos.
 
A seleção dos trabalhos reproduzidos (também em 2.000 ônibus e em mil táxis de Londres) foi escolhida pelo próprio público, pela internet.
 
Em junho, uma lista de cem obras feitas por britânicos ou realizadas no Reino Unido (e todas elas parte de coleções públicas do país), foram apresentadas no site arteverywhere.org.uk.
 
A relação foi elaborada por um comitê de críticos, historiadores e pelo idealizador do projeto, o empresário Richard Reed, co-fundador de uma marca de bebidas chamada Innocent Drinks.
 
A lista original continha desde um vitral que representava a Virgem Maria, feito há 673 anos, até uma pintura com bolinhas coloridas de Damien Hirst.
 
A Virgem ficou de fora da lista final, mas o trabalho do "enfant terrible" da arte contemporânea inglesa foi selecionado pelo público.
 


SENSAÇÃO
 
Hirst não foi o único representante dos chamados "Young British Artists" na mostra. Outros quatro "jovens artistas britânicos" entraram em "Art Everywhere": Gary Hume, Tracey Emin, Sarah Lucas e Chris Ofili.
 


Os cinco estiveram presentes numa das mostras mais barulhentas das últimas décadas, a "Sensation", que reuniu destaques da coleção do publicitário e galerista Charles Saatchi na Royal Academy of Art, em 1997.
 

Tracey Emin 
 
Nenhum dos cinco jovens artistas ficou entre os dez mais votados.
 
O "top tem" teve obras de glórias da arte britânica do século 19, como Joseph Turner, e do século 20, como Francis Bacon e Lucian Freud, e apenas uma artista viva.
 
A obra selecionada de Cornelia Parker, foi uma foto de sua instalação "Dark Cold Matter", de 1991, que reproduz uma barraca de madeira no momento em que foi explodida. A peça foi exibida na Bienal de São Paulo de 1994. 
 


Ao seu lado, estava Sir Peter Blake, que teve dois trabalhos entre os 57 da mostra: uma pintura dos anos 1980 e uma capa de disco que ele ajudou a conceber, a de "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", dos Beatles.
 

 
 
IMPORTÂNCIA
 
Numa entrevista ao jornal londrino "Telegraph", Sir Blake comentou sua surpresa com a pintura mais votada: a tela "The Lady of Shalott" (1888), de John William Waterhouse, inspirada em poema do inglês Alfred Tennyson.
 


Sentado num banquinho e apoiado na bengala, o veterano artista também disse o que achava da tal "maior exposição do mundo": "Não devemos fazer dela algo tão importante. Mas, se um sujeito sai para fazer compras e, no caminho, vê uma bela obra de arte, isso vai somar algo em sua vida".
 






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