Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

2 de março de 2016

Marcel Broodthaers: "A Retrospective" no MoMA, NY



Sobre o artista Marcel Broodthaers

De nacionalidade belga, (1924-1976), dedicou-se à poesia até os 40 anos de idade e só então ingressou na área das artes visuais. Durante aproximadamente 12 anos, o seu trabalho manteve uma qualidade poética e senso de humor equilibrando o seu quadro conceitual. Em sua primeira exposição individual, o artista envolveu cópias não vendidas de seu mais recente livro de poesia, "Pense-Bête" (Auxiliar de Memória, 1964), em gesso, transformando-os em uma escultura. Trabalhava ao mesmo tempo com a poesia, escultura, pintura, livros de artista, gravura, e cinema, Broodthaers continuou inventando maneiras de dar forma material à linguagem.


De 1968 a 1972, o artista trabalhou no Musée d'Art Moderne, Département des Aigles (Museu de Arte Moderna, Departamento de Águias), um museu itinerante não dedicado ao seu trabalho como artista, mas ao papel da própria instituição e à função da arte na sociedade. O nome escolhido fez referência a um verso de poesia de Broodthaers, "O melancolia, Eagles castelo azedo". Criado em seu apartamento, o museu era composto apenas de cartões postais, apresentações de slides, engradados para transporte de obras e às vezes até caminhões estacionados na rua. Apresentando-se em locais diferentes, funcionou como uma instituição. O museu atingiu o clímax em 1972, com a exposição "Kunsthalle Düsseldorf", ("Figuras de Seção"), apresentando centenas de objetos de vários países e períodos diferentes que representavam as "Águias". Na frente dos objetos foi colocado um cartaz afirmando: "Esta não é uma obra de arte". Broodthaers encerrou o museu em 1972, quando expôs a "Documenta V" em Kassel.
 
Nos anos finais de sua vida, Broodthaers criou "décors", exposições unificando com certa frequência o trabalho passado com objetos emprestados para a ocasião.
 


Decor: "A Conquista" -  1975 - "Marcel Broodthaers: A Retrospective" - MoMA

Sobre "A Retrospective"

"A Retrospective", é o primeiro estudo abrangente da obra do artista a ter lugar em Nova York, reúne cerca de 200 obras, a maioria feita entre os anos de 1963 a 1975. Broodthaers reuniu obras fundamentais de todos os aspectos de sua arte ressaltando a complexa trajetória de sua carreira, que apesar de curta, provou ser extremamente influente para as futuras gerações de artistas.


"Instalação" - Marcel Broodthaers: "A Retrospective" - MoMA

Depois de se apresentar no MoMA, a exposição vai passar pelo Museo Nacional Centro de Arte Reina em Madrid, no mês de outubro de 2016, e no Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Düsseldorf, no início de 2017.
 

"Recreação" - Marcel Broodthaers: A Retrospective" - MoMA
 
A exposição foi possível graças ao importante suporte, um generoso financiamento fornecido pela Representação Geral do Governo de Flandres para os EUA. Da mesma forma, o seminário de acompanhamento contou com a colaboração do Fundo Annenberg Wallis do MoMA para a inovação na arte contemporânea, através da Fundação Annenberg.
 
Em 2011, o MoMA adquiriu a coleção "Daled", que define a arte conceitual americana e européia do final dos anos 1960 e 1970. A coleção trouxe para MoMA um agrupamento sem precedentes de mais de 60 obras de Broodthaers e um rico arquivo das coisas efêmeras e fotografias raramente vistas, tornando New York um novo centro para a apresentação e estudo da obra do artista.
 
Marcel Broodthaers: "A Retrospective" - MoMa, NY - em exposição até 15 de maio de 2016

 







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