"Portrait" - 1550 - Jheronimus Bosch
Jeroen van Aeken, ou Jeroen Bosch, Hertogenbosc, NL (1450 - 1516), foi um pintor e gravador holandês dos séculos XV e XVI.
Suas obras, na maioria das vezes, retratam cenas de pecado e tentação, recorrendo à utilização de figuras simbólicas complexas, originais, imaginativas e caricaturais, muitas das quais obscuras mesmo no seu tempo.
Alguns pintores alemães como Martin Schongauer, Matthias Grünewald e Albrecht Dürer influenciaram a obra de Bosch e, apesar de ter sido contemporâneo de Jan van Eyck, seu estilo era completamente diferente.
"Navio dos Loucos" ou "A Nau dos Insensatos" - 1500 - óleo sobre madeira - 58 X 33 cm - Museu do Louvre, Paris.
Especula-se que sua obra teria sido uma das fontes do movimento surrealista do século XX e que teve mestres como Max Ernst e Salvador Dalí.
Assim como outros artistas, Pieter Brueghel, o "Velho" foi influenciado pela arte de Bosch e produziu vários quadros em um estilo semelhante.
Os registros indicam que o artista tenha vivido sempre na sua cidade natal, iniciando sua carreira na oficina do pai (ou tio), que também era pintor.
"As Tentações de Santo Antão" - 1506 - obra principal no Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa e o suposto estudo da obra, encontra-se no Museu de Arte de São Paulo - MASP.
Sem provas concretas, diz-se que o pintor teria pertencido a uma (das muitas) seitas que na época se dedicavam às ciências ocultas, de onde teria adquirido muitos conhecimentos sobre os sonhos e a alquimia, tendo-se dedicado profundamente a esta última. Por essa razão, Bosch teria sido perseguido pela Inquisição. Sua obra também sofreu a influência dos rumores do Apocalipse, que surgiram por volta do ano de 1500.
"Os Sete Pecados Mortais" - 1485 - óleo sobre madeira - 58 X 33cm - Museu do Prado, Madrid.
Existem registros de que em 1504 Filipe, O Belo, da Borgonha, encomendou a Bosch um altar que deveria representar o Juízo Final, o Céu e o Inferno. A obra, atualmente perdida (acredita-se que um fragmento da obra corresponde a um painel que está em Munique), valeu ao pintor o reconhecimento e várias encomendas posteriores. A grande abundância de pinturas de Bosch, na Espanha, deve-se ao fato de Filipe II da Espanha ter colecionado avidamente as obras do pintor.
"O Juízo Final" - 1482 (ou posterior) - óleo sobre tábua - 163,7 X 242 cm - Akademie der Bildenden Künste, Viena
Atualmente, se conservam cerca de 40 originais do artista, dispersos, na sua maioria, por museus da Europa e Estados Unidos. A coleção do Museu do Prado, em Madri, é considerada a melhor para estudar a sua obra, visto abrigar a maioria daquelas que são consideradas pelos críticos como as melhores obras do pintor.
"Carroça de Feno" - 1485/1510 (data provável) - Tríptico aberto, óleo sobre madeira - Museo Nacional do Prado,
Madrid.
As obras de Bosch demonstram que o artista foi um observador minucioso, bem como um refinado desenhista e colorista. O pintor criou uma série de composições fantásticas e diabólicas onde são apresentados, com um tom satírico e moralizante, os vícios, os pecados e os temores de ordem religiosa que afligiam o homem medieval.
"O Jardim das Delícias" - 1503/15 - óleo sobre Carvalho - 2,2 X 3,89 m - Museu do Prado, Madri.
Sobre as obras
Grande parte das obras de Bosch abordam temas mais tradicionais como vidas de santos e cenas do nascimento, paixão e morte de Cristo.
A primeira referência ao nome de Bosch ocorre entre 1480 e 1481, na Confraria de Nossa Senhora, para a qual executou trabalhos, intermitentemente, até 1516, ano em que os livros da instituição registram o seu falecimento.
Muito apreciado por seus contemporâneos, Bosch foi esquecido no século 19, para voltar a ser descoberto pelos surrealistas. Nenhum de seus trabalhos é datado, mas acredita-se que os primeiros sejam do período 1475-1480.
"Morte e o Avarento" (detalhe da obra) - 1490 - óleo sobre madeira - 92,6 X 30,8 cm - Galeria Nacional de Arte em Washington, DC.
Bosch, costumava cobrir as telas de verdadeira multidão dessas estranhas figuras - animalescas ou humanas -, o que, de certa forma, prejudicava a composição. Seu traço de tal modo firme e tendo uma perspectiva tão apurada, nos dá a impressão de movimento e de ação na obra.
O colorido é vibrante e sua técnica baseada em vernizes translúcidos, cobrem a paisagem com tal delicadeza que frequentemente deixa à mostra os traços mais distantes.
Bosch é considerado o primeiro artista fantástico.
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