Almanaque Der Blaue Reiter, de 1912, capa de autoria de Wassily Kandinsky.
Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul) foi um grupo de artistas da Associação Novos Artistas, em Munique, Alemanha. De inspiração expressionista, o grupo formou-se em 1911, com emigrantes russos e alemães. Os principais integrantes foram Wassily Kandinsky, Alexej von Jawlensky, Franz Marc, Augusto Macke, Paul Klee e Marianne von Werefkin. O movimento expressionista Der Blaue Reiter ocorreu entre os anos de 1911 a 1914, juntamente com Die Brücke (A Ponte), fundado no ano de 1905, em Dresden.
"Blue Horse I" - 1911 - Franz Marc
O grupo opunha-se ao cubismo. Reconheciam a ação renovadora, mas contestavam o fundamento racionalista e implicitamente realista. Preferiam ver a natureza e o homem a partir das experiências, sensações e sentimentos individuais, mas com um sentido universal, para a construção de uma arte pessoal, fundada na meditação que, tal como disse Kandinsky (fundador e idealizador do grupo), nascesse da necessidade interior.
"Composition IV" - 1911 - Wassily Kandinsky
Sem um programa preciso, mas com uma orientação decididamente espiritualista, em maio de 1912, Der Blaue Reiter editou a revista, "Almanach der Blaue Reiter". Nessa publicação foram divulgados importantes ensaios dos seus fundadores e de outros artistas como Kubim, Pechstein e Schoenberg. Nas diversas exposições realizadas, o principal objetivo era reunir a vanguarda da arte europeia - artistas alemães, russos, franceses, italianos e outros, superando fronteiras e barreiras nacionais. Era o elemento artístico que deveria preponderar.
Seus integrantes sofreram influências dos pintores franceses Cézanne e Matisse.
"Maison Maria with a View of Chateau Noir" - 1895 - Cubismo - óleo s/ canvas - 65 X81cm - Paul Cezanne - Kimbell Art Museum, Texas, USA
Entre as características comuns dos principais elementos do grupo, destacam-se:
- A arte primitiva.
- A arte intuitiva infantil.
- O potencial das associações psicológicas, simbólicas e a dimensão lírica da cor.
- A claridade e luminosidade, pura e límpida, podendo ser dura/macia, quente/fria, doce/amarga.
- A textura.
- O dinamismo da forma, sobretudo a capacidade de fascinar, a magia interna e a emoção.
- A reconquista da pureza da natureza, com tendência emotiva e abstrata da superfície.
- A linha e a composição influenciadas pela música expressionista, em especial a do compositor Arnold Schoenberg, integrante do grupo.
O grupo apresentou uma exposição coletiva em 1911 com os artistas Robert Delaunay, Campendonk, Arnold Schoenberg, Macke e Henri Rousseau, entre outros.
"Saint Séverin" - 1910 - Robert Delaunay
Em sua segunda exposição, além dos integrantes do grupo, participaram Hans Arp, Paul Klee e Kasimir Malevich.
"Red and White Domes" - 1914 - Aquarela - papel velino (francês) sobre papelão - 14.6 x 13.7 cm
O nome Der Blaue Reiter teve origem na paixão de Franz Marc pelos cavalos e no amor de Kandinsky pela cor azul. Para Kandinsky, o azul era a cor da espiritualidade e quanto mais escuro, mais despertava o desejo humano pelo eterno, conforme escreveu em seu livro "On the Spiritual in Art" (O Espiritual na Arte), 1911. Der Blauer Reiter era também o nome de uma obra de Kandinsky criada em 1903.
"Der Blauer Reiter" (O Cavaleiro Azul) - 1903 - óleo s tela - 55 X 65cm - Wassily Kandinsky - Coleção particular.
O grupo dissolveu-se com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Franz Marc e August Macke morreram em combate.
"Cerca" - 1912 - August Macke
Kandinsky e Marianne von Werefkin foram obrigados a voltar para a Rússia, em razão da nacionalidade. Alexej von Jawlensky teve que fugir e, como alguns outros artistas alemães, refugiou-se em Ascona, Suíça, até fim da guerra quando retornou a Munique.
Em 1923, Kandinsky, Feininger, Klee e Alexej von Jawlensky formaram o grupo Die Blaue Vier ("Os Quatro Azuis"), e palestraram juntos nos Estados Unidos em 1924.
Wassily Kandinsky, Paul Klee e Alexej Jawlensky - 1925 - Colagem no jornal San Francisco Examiner
Apesar da sua reduzida existência, o grupo Der Blaue Reiter foi uma das principais correntes do expressionismo alemão.
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