Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

15 de julho de 2015

Solar Marquesa de Santos apresenta "Bailes do Brasil"



Mostra revela influências dos bailes brasileiros divididas em períodos históricos

Desde o dia 28 de junho, no
Solar Marquesa de Santos, no centro, os apaixonados por moda, música e dança podem conferir a exposição “Bailes do Brasil”, que reúne um acervo de imagem, som e vídeo que retratam diversos momentos de celebração coletiva do país com uma original abordagem de nossa cultura por meio de um grande baile ao longo do tempo.

Ao percorrer esse grande baile ao longo do tempo, convidamos para uma original abordagem de nossa cultura. O baile é onde acontece o encontro mágico em tempo suspenso dos ritmos do Brasil. Nesse imenso salão, coletivo e anônimo, rituais e coreografias são celebrados, as heranças de nossas origens transmitidas e, através do movimento, novos contextos e significados incorporados.



Fotografia de Maureen Bisilliat

A exposição mapeia, numa cronologia fluida, desde a primeira República no final do século 19 até os dias atuais, as relações entre os aspectos da Moda, Música e Dança no Brasil, suas forças atuantes representadas a partir de imagens selecionadas do acervo de diversos fotógrafos, estrangeiros e brasileiros, renomados e jovens, regionais e urbanos.



Fotografia de Pierre Verger

Nosso salão de baile é um espaço de congregação, onde as mais distintas lentes e olhares, sonoridades e movimentos se unem para capturar e embalar a cadência desses muitos encontros e períodos.

Genuíno espírito da moda de cada época pode ser percebido no registro do cotidiano. A trilha sonora contribui para a imersão sinestésica do visitante. A condução curatorial reflete as influências e relevâncias divididas em três atos:



O Regionalismo Pulsante destaca nossa produção cultural de raiz e além das cidades, a partir dos sincretismos culturais regionais.

A Metrópole Vibrante evidencia a ainda forte influência europeia em nossas tradições e costumes, a clara distinção entre o erudito e o popular.

A sala Globalização Eletrizante destaca o diálogo que passa a existir entre a afirmação de nossa brasilidade e suas confluências, com as afirmações de distintas identidades mundiais.


 
Nesse baile antropofágico convergências acontecem, os ritmos descobrem em nossos passos e bailados o jeito de ser de nosso povo. O Brasil ginga com leveza, elegância e sensualidade, e se reconhece em seus rastros e pelos próprios pés.

Ricardo Feldman e Jum Nakao
Curadores


 
Serviço:

Bailes do Brasil

Quando: Até 25 de outubro de terça a domingo das 9h às 17h

Onde: Solar da Marquesa de Santos, sede do Museu da Cidade de São Paulo - Rua Roberto Simonsen, 136 - S.P. - Tel (11) 32411081

Quanto: Entrada gratuita

 
Sobre o Museu da Cidade de São Paulo - Solar Marquesa de Santos
 
 
 
Partindo do Páteo do Colégio, os primeiros povoadores passaram a ocupar os terrenos vizinhos, construindo suas moradias e formando as primeiras ruas da cidade. Na Rua do Carmo, hoje Roberto Simonsen no 136-A (antigo nº 3), localiza-se o Solar da Marquesa de Santos, raro exemplar de residência urbana do século XVIII. Não há dados precisos sobre a data de construção desse imóvel. Em 1802, foi dado como pagamento de dívidas ao Brigadeiro José Joaquim Pinto de Morais Leme, primeiro proprietário documentalmente comprovado. Contudo, documentos do século XVIII indicam a existência de quatro casas na Rua do Carmo entre 1739 e 1754. A junção de duas dessas casas de taipa de pilão teria originado o Solar, conforme registros fotográficos do século XIX, além de prospecções arqueológicas e análises arquitetônicas realizadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).

A Marquesa de Santos, Domitila de Castro Canto e Melo, foi a proprietária entre 1834 e 1867, adquirindo o imóvel da herdeira do Brigadeiro Leme. A partir de então, tornaram-se famosas as festas ali realizadas, e o imóvel passou a ser conhecido como Palacete do Carmo, uma das residências mais aristocráticas de São Paulo. Com sua morte, a propriedade da casa passou para seu filho. No ano de 1880, é colocada em hasta pública e arrematada pela Mitra Diocesana, que aí instalou o Palácio Episcopal, introduzindo modificações no local, como a construção de uma capela e de uma cripta sob o altar-mor. É desse momento, provavelmente, a inclusão de características neoclássicas em sua fachada principal.



Em 1909, o imóvel foi adquirido pela The São Paulo Gaz Company, que nele instalou o seu escritório e fez algumas modificações e ampliações. Em seguida o imóvel foi desapropriado e passou para a Prefeitura. Em 1975, já incorporado ao patrimônio municipal, o Solar foi sede da Secretaria Municipal de Cultura.

Foi no ano de 1991 que teve início as obras de restauração para a recuperação do imóvel procurando preservar e destacar elementos de suas várias etapas construtivas: a conservação dos amplos ambientes do andar térreo, resultantes das diversas demolições, a preservação no pátio interno de vestígios remanescentes da calçada do século XVIII e a demolição de intervenções da década de 1960.
 

 
O pavimento superior conserva até hoje paredes originais do século XVIII e mantém as características ambientais das intervenções do século XIX, como forros apainelados, pinturas murais e artísticas e pisos assoalhados, entre outras. Trechos de diversas paredes foram deixados aparentes, com o intuito de informar sobre as antigas e as novas técnicas construtivas encontradas no Solar, como a taipa de pilão, o pau-a-pique, a taipa francesa e a alvenaria de tijolos. Quanto ao tratamento dado à fachada, optou-se por conservar sua feição neoclássica, já incorporada à paisagem do centro.

O Solar da Marquesa de Santos abriga atividades museológicas e a sede do Museu da Cidade de São Paulo.


 
 
 
 
 
 
 

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