Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

9 de dezembro de 2013

Brasileiro de Suzano no Louvre de Paris

Jefferson Cardoso Siqueira, 11, pinta quadro em sua escola, na zona rural de Suzano (SP). O garoto teve uma tela sua exposta no museu do Louvre, na França.

Brasileiro de 11 anos expõe quadro no museu do Louvre, na França 

Jefferson Cardoso Siqueira, 11, só foi uma vez ao museu, no parque Ibirapuera. A escola em que estuda não tem sala de artes, e nenhum quadro enfeita as paredes de sua casa. Isso não impediu, porém, o garoto de gostar de desenho e de ter uma pintura sua exposta no famoso museu do Louvre, que fica na França e abriga a "Monalisa" e outros quadros importantes.

"Quando falaram que iriam exibir meu quadro, todo mundo na escola começou a chorar. Eu não estava entendendo nada, nunca tinha ouvido falar do Louvre", diz o garoto, que mora na zona rural de Suzano (a 44 km de São Paulo).

O convite foi em 2012, mas o quadro chegou ao Louvre em outubro deste ano. Diva Pavesi, brasileira que promove a cultura do Brasil na França, visitou a escola estadual Helena Zerrenner, onde Jefferson estuda, para dar uma palestra.

Para presenteá-la, o menino foi convidado a pintar um quadro. "Foi o primeiro da minha vida. A professora de artes sugeriu que eu fizesse o 'Abaporu' com as cores do Romero Britto, porque a gente já tinha estudado os dois", diz. A palestrante decidiu incluir a obra em uma exposição no Louvre.

"Eu queria ter visto o quadro lá. Acho que Paris é toda iluminada", acredita o garoto, cujo lugar mais longe para onde viajou foi Cunha (a 231 km de São Paulo). "É o contrário da França, só tem mato."

A exposição não levou o garoto à Europa, mas lhe trouxe mudanças. "Vou pintar telas nas férias para a sala de casa ficar bonita." Animado, em 2014, fará cursos de pintura e de música.

 
 
O quadro de Jefferson exposto no Louvre é uma versão do "Abaporu" --uma das obras mais famosos de Tarsila do Amaral (1886-1973)-- com técnicas do pintor Romero Britto. A pintura ficou pronta em três dias.
 





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