Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

10 de dezembro de 2013

A história de Caravaggio



Medusa

Michelangelo Merisi da Caravaggio: nasceu em Milão em setembro de 1571 e morreu em Porto Ercole em julho de 1610. Caravagio foi um dos pintores Italianos mais atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre os anos de 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista Barroco, estilo do qual ele é o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal de sua família, que ele adotou como nome artístico.


Mesmo ainda vivo, Caravaggio era considerado enigmático, fascinante e perigoso. Nascido em Milão, onde seu pai, Fermo Merisi, era administrador e arquiteto-decorador do Marquês de Caravaggio. Michelangelo Merisi surgiu na cena artística romana em 1600.
 
Nunca lhe faltaram comissões ou patronos. Porém ele lidou com seu sucesso de maneira atroz. Uma nota precocemente publicada sobre ele em 1604, descrevia seu estilo de vida três anos antes: “após uma quinzena de trabalho, ele irá vagar por um mês ou dois com uma espada a seu lado e um servo o seguindo, de um salão de baile para outro, sempre pronto para se envolver em alguma luta ou discussão, de tal maneira que é bastante torpe acompanhá-lo.” (Floris Claes van Dijk; Roma, 1601.)



Considerado um farrista inconseqüente, ele tinha muitos problemas com a polícia, sem dinheiro, buscava brigas nos pulgueiros da cidade. Em 1606, mata um jovem durante uma briga e foge de Roma, com a cabeça a prêmio. Em Malta (1608) envolve-se em outra briga, e mais outra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido suas ações, por inimigos nunca identificados. No ano seguinte, após uma carreira de pouco mais do que uma década, Caravaggio estava morto, aos 38 anos.
 
 


Caravaggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar Maria e os apóstolos. Sua inspiração era entre comerciantes, prostitutas, marinheiros, todo o tipo de pessoas que não eram de nobre estirpe e que tivessem grande expressão, como suas obras retratam. Talvez tenha sido um dos primeiros artistas a saber conciliar a arte com o ministério de Jesus, que aconteceu exatamente entre pescadores, lavradores e prostitutas.
 

 
O artista levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta fisgada morta do rio Tibre para pintar A Morte da Virgem. Esta foi uma das duas mais importantes características das suas pinturas: retratar o aspecto mundano dos eventos bíblicos, usando o povo comum das ruas de Roma.
 
 


A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros, ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro, e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. Este uso de sombra e luz é marcante em seus quadros e atrai o observador para dentro da cena – como fica bem demonstrado em A Ceia em casa de Emmaus. Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou receberam um nome específico: tenebrismo.
 
 


No fim do Renascimento, os grandes mestres caminhavam para uma visão mais obscura e realista das escrituras sagradas, como se vê principalmente em: A Conversão de São Paulo e no Martírio de São Pedro – afrescos de Michelangelo Buonarroti, realizados na Cappella Paolina, no Palácio Vaticano.
  


Detalhe da obra A Conversão de São Paulo e no Martírio de São Pedro

Formado em Milão, instalou-se em Roma por volta de 1592. Em 1599 realizou a decoração da capela de São Mateus, na igreja de S. Luigi dei Francesi, depois trabalhou para a igreja de Santa Maria Del Popolo e para a igreja de Santo Agostinho. Em 1606, perseguido pela justiça, após matar um homem em uma briga, acabou fugindo de Roma. Passou por Nápoles, depois por Malta e pela Sicília, onde pintou telas de lirismo transfigurado, como: A ressureição de Lázaro (Messina), na qual, sob o pavor de um imenso espaço vazio, um raio de luz rasante parece imobilizar o drama sagrado.
 
 
Voltava a Roma, quando morreu vítima de Malária. Caravaggio reagiu às convenções do maneirismo e opôs a elas uma pintura natural, direta, e até mesmo brutal, que por sua franqueza renovou a natureza morta (Cesta de frutas, Milão, Biblioteca Ambrosiana), e as cenas profanas (Baco Doente, Roma, Galeria Borghese), bem como os temas religiosos (Descanso durante fuga para o Egito). Os contrastes de forma e luz sublinham formas maciças que, na maior parte de suas obras, emergem vigorosamente de um fundo negro. A influência que deixou na Europa, através do Caravaggismo, foi muito importante.
 
 
Caravaggismo – Corrente pictórica originária da obra de Caravaggio, caracterizada pelo realismo das representações e pelo vigor dos contrastes de sombra e luz.
 

Assista ao vídeos com algumas obras e detalhes da pintura de Caravaggio

 

 


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