Sobre as Sombras na Aquarela

Tudo começou com as nuvens.

A ideia surgiu da necessidade de mostrar a evolução de uma pesquisa feita sobre monocromia através da técnica da aquarela e colagem.

Foi à partir do meu olhar nas nuvens que surgiu o "momento sombras na aquarela". Após a escolha do suporte, as imagens começaram a brotar em minha mente de forma aleatória, de modo claro e objetivo, facilitando o desenvolvimento do trabalho. O fundo branco do papel, muitas vezes em destaque, realça as nuances e sobreposições das camadas, contrastando tons claros e escuros, assim como a luminosidade, algumas vezes oscilante, mais ou menos intensa, que brinca, sugerindo formas, movimentos e até mesmo sensações, destacando as características da aquarela aliada à colagem.

As inúmeras possibilidades que o tema oferece, associadas à técnica, tráz como resultado a simplicidade da proposta que, destacando a cor pura, em contraste com o papel, evidencia um grande prazer em criar.

Aline Hannun

11 de março de 2015

MAM Apresenta - Museu Dançante

 
Museu Dançante

O MAM, em conjunto com a São Paulo Companhia de Dança realiza a mostra Museu Dançante. A mostra acontece na Grande Sala e na Sala Paulo Figueiredo.

Como um corpo se posiciona? As artes visuais e a dança encaram o desafio comum de lidar com corpos no espaço. Para a dança, a ocupação de palcos e tablados sempre foi associada ao movimento, mas a escultura tradicionalmente trabalha com objetos parados.
 
 
Bailarino da São Paulo Companhia de Dança no MAM. Coreografia que interage com obras de arte
 
No entanto, as artes visuais ultrapassam as fronteiras estabelecidas ao produzirem obras que convidam o público a agir, abandonando a posição passiva característica da contemplação. Para explorar aspectos ligados à dança, a bailarina e diretora Inês Bogéa, da São Paulo Companhia de Dança, foi convidada para compartilhar a curadoria com o curador Felipe Chaimovich, do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Além de poder circundar a escultura, o público passa a tocar, penetrar, subir, descer, pisar, sentar, deitar etc. Essas obras criam, assim, situações de movimentação do público que transformam as exposições em locais de intensa interação corporal, para explorar aspectos ligados à dança.
 

Templo (2000) -  Franklin Cassaro
 
O desafio trazido ao museu pelas obras que levam o público a se movimentar pelo espaço motivou o convite à São Paulo Companhia de Dança para experimentar o processo de criação de coreografias no MAM. Foram selecionadas obras do acervo que contêm elementos de composição compartilhados pela dança: gravidade, desequilíbrio e flutuação. Além de esculturas, foram também selecionados desenhos, performances, instalações, fotografia e filmes que motivem o público a se mexer.

A disposição das peças na Grande Sala permite ao coreógrafo propor movimentos aos bailarinos no mesmo espaço habitado pelo público do museu. Não há palco nem plateia: o movimento do público e o do bailarino compartilham o mesmo solo, ambos motivados pelas obras lá expostas. O museu não é um lugar de repressão corporal e silêncio: para incitar o público a se ver como agente da criação artística, recebemos a São Paulo Companhia de Dança para um baile das artes.


A São Paulo Companhia de Dança foi convidada a ocupar a sala Paulo Figueiredo para uma experiência de criação de coreografias no museu. Durante alguns dias da semana, o público poderá acompanhar ao vivo o processo de trabalho de coreógrafos com os bailarinos. A experimentação poderá resultar num espetáculo ou não, pois seu foco é a vivência do cotidiano do MAM pelo corpo de baile.

Nos períodos de intervalo, serão exibidos filmes sobre a produção da São Paulo Companhia de Dança, bem como seus documentários sobre expoentes da dança no Brasil.


Conversa Informal

Estivemos na última quarta-feira, artistas do ateliê Elo das Artes e eu, visitando a exposição Museu Dançante no MAM no Parque Ibirapuera. É sempre um passeio muito agradável por se tratar de um local privilegiado, rodeado de paz e muito verde. A exposição surpreende pela simplicidade das obras apresentadas. A harmonia das obras com movimentos, em sintonia com o Corpo de Dança, traz ao expectador a oportunidade de interagir e participar com desenvoltura do que poderia ser uma simples exposição. Eu recomendo.
 
 
Artistas do Ateliê Elo das Artes observando as obras do Museu Dançante
 

 
Artistas do Ateliê Elo das Artes no Café do MAM
 
 
Serviço:
 
Exposição 'Museu Dançante"
 
Quando: Até 20/03/15 - de terça a domingo e feriados, 10h às 18h.

Onde: MAM Museu de Arte Moderna - Parque Ibirapuera, s/nº - Próximo ao Portão 3 - S.P.
Tel: (11) 5085-1300

Quanto: Entrada: R$ 6,00  - grátis aos domingos 
 
 
 
 
 





 

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