
Tarsila do Amaral
Complementando a exposição "A memória plástica do Brasil moderno" de Guignard, que apresentamos na semana passada. Felipe Chaimovich, curador do MAM, selecionou mais 26 obras do acervo do museu para a mostra “Paisagem Opaca”, exibida na Sala Paulo Figueiredo no mesmo período. Entre as mais de 5 mil obras da coleção, o curador optou por trabalhos que revelam a subjetividade: telas de Tarsila do Amaral e Leonilson, fotografias de Geraldo de Barros e Araquém Alcântara, além de vídeos, instalações e esculturas.
Complementando a exposição "A memória plástica do Brasil moderno" de Guignard, que apresentamos na semana passada. Felipe Chaimovich, curador do MAM, selecionou mais 26 obras do acervo do museu para a mostra “Paisagem Opaca”, exibida na Sala Paulo Figueiredo no mesmo período. Entre as mais de 5 mil obras da coleção, o curador optou por trabalhos que revelam a subjetividade: telas de Tarsila do Amaral e Leonilson, fotografias de Geraldo de Barros e Araquém Alcântara, além de vídeos, instalações e esculturas.

Geraldo de Barros
Como o mundo aparece para nós? Por um lado, as obras de paisagem representam diversos lugares. Por outro, cada artista também se posiciona ao criar uma paisagem, pois figura um local a partir de seu ponto de vista. A paisagem mostra o encontro do artista com o mundo percebido por ele.
Entretanto, as obras de paisagem podem ser consideradas meros reflexos, como se a subjetividade do artista não fizesse parte de sua obra. Nas paisagens em perspectiva, nas fotos e nos filmes, temos a ilusão de ver diretamente a realidade, como se uma janela se abrisse para o mundo: esquecemos o enquadramento artificial e o ponto de vista escolhido.

Aldo Bonadei
Para romper com o ilusionismo da paisagem, vários artistas abandonaram as construções em perspectiva e as imagens fotográficas com profundidade visual para explorarem imagens planas. Em vez de janelas, aproximam-se dos mapas, evidenciando a artificialidade das próprias obras. Nesse sentido, os lugares são figurados em primeiro plano, não havendo uma fuga do olhar para o horizonte ao longe: a visão passeia apenas pela superfície opaca.
Reunimos aqui obras da coleção do MAM que exploram a paisagem no primeiro plano, revelando a subjetividade de cada artista na construção de sua visão de mundo. Essas peças se abrem ao mesmo tempo para fora e para dentro, mostrando que olhar o mundo é uma forma de se posicionar nele.
Felipe Chaimovich
Para romper com o ilusionismo da paisagem, vários artistas abandonaram as construções em perspectiva e as imagens fotográficas com profundidade visual para explorarem imagens planas. Em vez de janelas, aproximam-se dos mapas, evidenciando a artificialidade das próprias obras. Nesse sentido, os lugares são figurados em primeiro plano, não havendo uma fuga do olhar para o horizonte ao longe: a visão passeia apenas pela superfície opaca.
Reunimos aqui obras da coleção do MAM que exploram a paisagem no primeiro plano, revelando a subjetividade de cada artista na construção de sua visão de mundo. Essas peças se abrem ao mesmo tempo para fora e para dentro, mostrando que olhar o mundo é uma forma de se posicionar nele.
Felipe Chaimovich
José Leonilson
Essa sensação de elementos chapados na tela pode ser exemplificada nas pinturas Estrelas azuis (Para sol), de 2008, de Sandra Cinto, que utiliza acrílica e caneta sobre aglomerado, e em Paisagem sobreposta (2011), de Leda Catunda, feita com tinta spray sobre lona fixa em madeira, que fazem total supressão e não dão janela para perspectivas.


Paisagem sobreposta - 2011 - Leda Catunda
Outro destaque é o vídeo em loop Minhocão (2006), de Lia Chaia, em que a artista retira da boca imagens de edifícios entorno do Elevado Presidente Costa e Silva, conhecido apenas como Minhocão, uma via expressa elevada que liga as regiões central e oeste da cidade de São Paulo. Para aumentar a sensação de horizonte, a instalação Máquina Curatorial (2009), do argentino Nicolás Gaugnini – que possui quatro engrenagens com eixos de metal que sustentam quatro painéis de madeira cada - em que cada painel exibe, repetidamente, a impressão em carimbo Paisagem (2002), de Mabe Bethônico, o que dá a ideia de visualidade ampliada.

"Paisagem" - Impressão digital - 2002 - Mabe Bethônico
Ainda fazem parte da exibição objetos como Planos de viagem (1998), de Albano Afonso, que são páginas perfuradas de livro sobre um fundo de espelho; a instalação O Rio (2006), de Artur Lescher, que são dois rolos de papel para impressão que se espalham pelo chão; e a escultura Maquete de uma cidade cúbica (da série: Cidades Imaginárias), de Montez Magno, espécie de tabuleiro de xadrez com dados de diferentes dimensões, esta obra foi doada para o MAM durante a última SP-Arte.

"Paisagem" - Impressão digital - 2002 - Mabe Bethônico
Ainda fazem parte da exibição objetos como Planos de viagem (1998), de Albano Afonso, que são páginas perfuradas de livro sobre um fundo de espelho; a instalação O Rio (2006), de Artur Lescher, que são dois rolos de papel para impressão que se espalham pelo chão; e a escultura Maquete de uma cidade cúbica (da série: Cidades Imaginárias), de Montez Magno, espécie de tabuleiro de xadrez com dados de diferentes dimensões, esta obra foi doada para o MAM durante a última SP-Arte.

"O Rio" - Artur Lescher
Serviço:
"Paisagem Opaca"
Onde: Museu de Arte Moderna de São Paulo - Sala Paulo Figueiredo - Parque do Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portão 3)
Quando: Até 11/09, de terça a domingo, das 10h às 17h30 - Tel.: (11) 5085-1300
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