27 de junho de 2013

A importância do bronze nas artes plásticas



Detalhe em bronze da escultura em cerâmica "Palhaço Damião" - Aline Hannun

O bronze é o mais popular metal com que se fundem esculturas, a ponto de qualquer escultura de metal frequentemente ser chamada de bronze.
 
Trata-se de uma liga metálica constituída de aproximadamente 85% de cobre, 10% de estanho e o restante de chumbo, tem a propriedade de se expandir enquanto resfria, ressaltando todos os detalhes do molde. As grandes civilizações da antiguidade começaram a utilizar o bronze para a arte ao mesmo tempo que para a fabricação de armas como espadas e lanças.
 

Escultura cabeça de bronze Yoruba, Ife, Nigéria

Pequenas estátuas de bronze foram feitas em larga escala pelos egípcios, muitas delas sobrevivem nas coleções dos museus. Os gregos foram os primeiros a fundir estátuas de bronze de grande tamanho, existindo alguns poucos exemplares em bom estado. Os romanos nos deixaram uma quantidade maior, algumas obras admiráveis, como a Estátua equestre do Imperador Marco Aurélio, em Roma.
 

Estatua equestre do imperador Marco Aurélio

Foi a partir da Renascença, quando o uso da pólvora demandou que fundissem canhões cada vez maiores, que as estátuas de bronze começaram a ganhar refinamento e tamanho, seja com obras como o Perseu segurando a cabeça da Medusa, de Cellini, ou a estátua equestre do Gattamelata de Donatello.
 

Estátua equestre do Gattamelata de Donatello
 

Daí em diante, vencidas as limitações técnicas, apareceram obras cada vez mais refinadas ou maiores, como a Porta do Inferno de Rodin ou as milhares de estátuas de cidadãos ilustres que ornam a maioria das capitais do mundo todo.


Porta do Inferno - Musée Rodin.

Existem alguns processos de se fundir um bronze, mas certamente o mais utilizado sempre foi o método da cera perdida, onde o artista começa fazendo um modelo da obra em tamanho real, em argila.
 
A partir desse modelo, confecciona-se um molde com material próprio. Desse molde primeiro tira-se uma cópia em material vulgar, como gesso ou outro material plástico, que será a primeira visão da obra e muitas vezes é utilizado para convencer patrocinadores a financiar a produção da peça em bronze.

Algumas peças que não chegaram a ser fundidas ficaram famosas, como o Cavalo de
Leonardo, usado como alvo de flechas dos soldados franceses.


O Cavalo de Leonardo, usado como alvo de flechas dos soldados franceses.

É aplicada uma camada interna de cera no molde, como se fosse a casca de uma laranja, que será substituída pelo metal, na hora da fundição, daí o nome do processo. Reforços estruturais são adicionados aumentando a camada de cera em alguns pontos ou colocando-se pedaços do mesmo material. Preenchem então o espaço interior restante no molde para não gastar muito bronze e deixar a peça mais leve.
 
O conjunto do molde é então reforçado externamente para que não se rompa durante a fundição. Verte-se então o metal fundido, cuidando de deixar um caminho por onde saia a cera derretida.

Após um período de resfriamento, é feita desmoldagem e correção de pequenos defeitos de
fundição e a peça vai ao acabamento final.

Após o polimento aplicam materiais corrosivos para oxidar a peça e formar uma
pátina que protege e da a cor final da obra, ao gosto do artista.
 
Aproveito a matéria que esclarece o processo da fundição do bronze para mostrar algumas peças de escultura que produzi utilizando somente o bronze e o bronze associado a cerâmica.
 
Escultura "Ciclista Amadeu" - cerâmica, madeira e bronze - Aline Hannun
 

Detalhe em bronze da escultura "Ciclista Amadeu" 
 

Escultura "Palhaço Damião" em cerâmica e bronze - Aline Hannun
 

Detalhe em bronze da escultura "Palhaço Damião".
 
Escultura "Malabarista Bárbara" em bronze - Aline Hannun
 
 
 
 

 

 
 
 

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