Museu Whitney, Manhattan, NY
Yayoi Kusama recebe retrospectiva em Nova York
Se a banana era o business de Carmen Miranda, e os girassóis, o de Van Gogh, a associação imediata que se faz com a obra de Yayoi Kusama são as bolinhas. Centro do universo dessa artista japonesa de avant-garde que fez sucesso nos anos 60 e andou sumida por várias décadas, as bolinhas estão por todo o lado em suas obras.
No momento, suas bolinhas amarelas, brancas e pretas, entre outras cores, se encontram espalhadas por Nova York. No Museu Whitney, em Manhattan, Yayoi ganhou a maior retrospectiva (em cartaz até o dia 30 de setembro) dedicada à sua longa carreira. A exposição leva o nome da artista e foi importada da galeria Tate Modern, em Londres, que a homenageou em fevereiro deste ano.
Pelo mundo
As bolinhas coloridas de Yayoi também estão presentes no Brasil: bolas gigantes, ou melhor, 500 esferas brilhantes de aço inoxidável flutuam nos espelhos d'água da cobertura do Centro Educativo Burle Marx, em Inhotim (MG).

Centro Educativo Burle Marx, em Inhotim (MG).
Já nas lojas Louis Vuitton - um lado mais comercial e chique da sua arte - a genialidade de Yayoi emerge numa coleção de bonecas, óculos escuros, malas de viagem e sapatos de salto alto. O vermelho de bolinhas brancas faria Minnie Mouse enlouquecer, assim como a carteira do Mickey ficar mais leve: ele custa R$ 2.350.

Sapato de salto alto vermelho de bolinhas brancas Louis Vuitton
A artista plástica Yayoi Kusama
Dócil e diminuta, Yayoi atualmente tem dificuldades de andar, por isso a cadeira de rodas (decorada com bolinhas, é claro). Mas que ninguém se engane pela candura que essa senhora parece emanar. Sua personalidade é tão travessa, provocadora e dramática como a cor de sua peruca vermelha, ainda uma das marcas registradas de sua aparência física. ![]() Yayoi Kusama
A exposição do Whitney vai mostrar móveis, esculturas gigantescas que simulam o movimento das nuvens, páginas e mais páginas de poesia e uma incrível instalação de luzes batizada de "Fireflies in the Water" (vaga-lumes na água).
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"Fireflies in the Water" (vaga-lumes na água).
Em 1973, falida e sofrendo de distúrbios mentais (ataques de ansiedade, alucinações e espasmos), ela se internou num hospício de Shinjuku, região metropolitana de Tóquio, para tratamento.
Atualmente, Yayoi ainda passa algumas noites na clínica, num regime voluntário. Seu ateliê, com um time de nove pessoas, funciona a poucos quarteirões do hospital. "Costumo pintar no final da tarde, escrevo poesia, trabalho em cima de novos capítulos de meus livros. Esse trabalho terapêutico é que continua salvando essa pequena bolinha que eu sou" diz Yayoi.
Conversa informal
Nesses últimos dias tive o prazer de visitar em Manhattan NY o Whitney Museum. Das quatro exposições apresentadas, sem dúvida, a mais interessante é a da artista Yayoi Kusama "Fireflies on the Water", localizada no quarto andar do Whitney Museum. Na primeira sala são apresentada as tela, sempre em tamanho grande, quadradas ou tripticos retangulares em tinta acrílica sobre canvas. A seguir são apresentados os folders de todas as suas exposições e um filme mostrando um pouco da vida da artista e de suas criações. A seguir vem a história da sua trajetória com fotos, cartas e depoimentos de outros artistas. Podemos também apreciar um pouco dos designes e mobiliários criados pela artista.
Na saída é indispensável dar uma parada na loja do Whitney Museum, tem camisetas, livros, canecas, e muitas outras alternativas a preço imperdíveis.
Foi uma ótima experiência, Para quem estiver próximo, eu recomendo!!!
Informações:
945 Madison Avenue at 75th Street
New York, NY 10021
(212) 570-3600
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